OS DESAFIOS COM A GERAÇÃO Z

Autor(a):
Odilon Cunha Junior

Publicação:

O Líder de Práticas de RH para a Page Executive na Europa Raphael Asseo explica, “A Geração Z coloca sua ética de trabalho, diversidade e o equilíbrio da vida profissional no centro de seus interesses e prioridades ao decidir se deve ou não se juntar a uma empresa”.

Sem dúvida nenhuma a identificação com os valores da empresa é ou será a mais eficaz estratégia de retenção. Criar fóruns rotineiros para discuti-los e conversar sobre as aplicabilidades são tarefas que precisam fazer parte do dia a dia das companhias. Pensa-se em reuniões para resolver problemas, propor melhorias e não se percebe que hoje os colaboradores querem compreender melhor a causa da empresa, a razão da sua existência para que haja alinhamento dos valores pessoais com os organizacionais.

Asseo conta que “A Geração Z coloca sua ética de trabalho, diversidade e o equilíbrio da vida profissional no centro de seus interesses e prioridades ao decidir se deve ou não se juntar à uma empresa.” Sem dúvida um novo desafio para os processos de gestão de pessoas, seja na seleção ou na rotina de desenvolvimento. Normalmente estes processos ocorrem como retrovisores, olhando e analisando o que as pessoas fizeram em um determinado período, sempre trazendo conflitos éticos e morais, com desconfortos pouco saudáveis entre “avaliados e avaliadores”. Que tal pensarmos no que iremos fazer? Elaborar um plano de desenvolvimento e ele servir como base para a análise de desempenho. Por que os PDIs precisam ser anualizados? Por que eles não podem ser orgânicos? Atualizados assim que detectarmos oportunidades. Por que separar a avaliação entre conhecimentos, habilidades e atitudes? Estes processos precisam ser motivadores e não tensos. Afinal o que queremos com eles?

“A Geração Z é automotivada e empreendedora na essência. Eles foram confrontados com incertezas, ainda mais do que a geração do milênio, a geração que os precede. Como resultado, eles buscam um trabalho que seja significativo: salário não é um fator preponderante. Além disso, eles viram a lealdade de seus pais e irmãos mais velhos não ser recompensada pelos seus empregadores, então para eles lealdade deve ser uma via de mão dupla”, diz Asseo. Historicamente, as empresas que nasceram no século passado, em sua maioria, não estabeleciam de forma sistemática a sua gestão baseada nos valores. Aliás, até hoje algumas empresas ainda não percebem ganhos com a prática de planejar estrategicamente seu futuro, estabelecer mapas de negócios que balanceiem temáticas de crescimento e desenvolvimento, processos internos, comerciais e financeiras. Assuntos estes tratados como segredos do negócio. Certa cautela sempre será importante, mas jamais os colaboradores podem não compreender o futuro da empresa, saber para onde ela vai, as expectativas dos conselhos de administração e sócios. É fundamental estabelecer o que precisa ser compartilhado internamente na empresa para que as equipes sejam as principais multiplicadoras das informações. Isto ajuda a criar um ambiente de confiança e um cenário diferente do que a Geração Z viu no passado, a percepção da falta da lealdade.

O equilíbrio da vida pessoal com o trabalho também tem sido um grande desafio. A aceleração digital e isto é acesso a informação vem invadindo o privado, confundindo com o publico e o cuidado com a saúde tem ficado de lado. As Gerações X e Y foram educadas na arte do fazer, do ser produtivo. Esta expressão pode resumir bem este ponto: “dar o sangue pela empresa”. Literalmente consegue-se ver isso. Estamos muito intensos, inclusive no lazer, esporte. Esta prática importante para nossa saúde, também está adoecendo os praticantes. Um briga com o tempo, faz termos em 30 minutos a exaustão do corpo, tanto quanto as redes sociais que já não tem mais hora para ser utilizada. Hoje um colega do trabalho tem uma ótima ideia para um problema da empresa e “posta no zap” a milagrosa solução, às 03:15 da manhã. Podendo acordar a família toda de quiçá 30, 40 colegas. A intenção é ótima, mas não é saudável. A Geração Z, mesmo no centro desta situação, prefere um uso pessoal destes canais, prefere o humor, a brincadeira, a leveza e o equilíbrio da vida profissional com a pessoal.

A intenção deste breve texto é nos questionar o quanto estamos dispostos a reaprender, pois aprendemos que os mais velhos ensinam…e agora estamos descobrindo que também se pode aprender. O cenário é favorável para aqueles que se deixam aprender!

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